ESTRUTURA GEOMORFOLOGICA DE ANGOLA
- Teodoro Fialho
- 27 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

Geomorfologicamente, Angola divide-se em quatro partes:
1 - Zona Sedimentar. 2 - Zona de transição. 3 - Zona montanhosa (esta zona começa no município da Humpata, província da Huila e segue até em Kassongue, província do Kwanza Sul). 4 - Zona Planáltica, também conhecida de Zona maciça ou maciço antigo
O território de Angola, devido à sua extensão e localização e à influência dos rios que o atravessam, apresenta uma geomorfologia variada. Encontramos em Angola exemplos de planície costeira, zonas de transição, serras e cadeias de montanha, picos, planaltos, e grandes bacias hidrográficas, e até regiões desérticas.
A Faixa Litoral
A faixa litoral, que se estende ao longo de toda a costa de Angola, é caracterizada por planícies e terraços baixos, com cerca de 100 km de largura na foz do rio Zaire, e de 180 km de extensão na foz do rio Cuanza, tornando-se mais estreita à medida que se caminha para Sul, limitando a pouco mais de 20 km a sul de Benguela, voltando a alargar-se um pouco na orla marítima do deserto do Namibe.

A faixa litoral é caracterizada por formações sedimentares meso-cenozóicas e por rochas do Maciço Antigo. Sob a acção da erosão do curso dos rios, encontramos canhões cortados nas rochas mais duras em que os enrugamantos das formações mesozóicas deram origem a relevos costeiros nas áreas do Dondo, Capolo, POrto Amboím e Quicombo. Encontramos ainda na faixa litoral vales largos e alagados nas formações geológicas mais brandas. No litoral propriamente dito encontramos arribas e praias e algumas com muito desenvolvimento, como as restingas das Palmeirinhas, do Lobito, e da Baía dos Tigres. Mais para o interior da faixa litoral é vulgar a acumulação de detritos grosseiros.
A Zona de Transição
Entre a faixa litoral e a cadeia de montanhas paralela à costa, encontramos uma zona de transição, que é caracterizada por degraus em patamares de crescente altitude para o interior. Estes patamares são cortados com frequência por rios que correm directamente para o Atlântico, dando lugar a aberturas para o interior como resultado da erosão fluvial.
O Cordão de Montanhas

O cordão das montanhas ao longo da costa que ganham altitude à medida que se caminha para Sul. O rio Cuanza divide a zona de montanhas costeiras em duas regiões ditintas: a metade Norte com montanhas de elevação média de cerca de 500 metros, com picos atingindo entre 1.000 a 1.800 metros, e relativamente acidentada (eixo Camabatela Uíge - Bungo - Damba, na província do Uíge; e as montanhas da orla costeira a sul do Cuanza, que se erguem abruptamente na forma de grandes escarpados, chegando os picos desta cadeia montanhosa a atingir os 2.500 metros a sul do Sumbe, e os 2.00 metros de escarpados já bem a sul na região da Tndavala (Serra da Chela), a sul do planalto da Huíla.
O Planalto Interior

O extenso planalto antigo do interior, a leste da orla de montanhas paralelas à costa, constitui a grande massa do território angolano. O planalto, descendo de altitudes máximas de 2.500 a 2.300 metros nas serras altas do Lépi, Caconda e Chela, é em norma plano, descendo ligeiramente para o interior e para Nordeste, até aos cursos dos rios Cuilo e Caluango, nas Lundas, onde predomina a floresta de galeria. As extensas anharas do Moxico e as chanas das Terras do Fim do Mundo, são talvez o exemplo mais típico da extensa savana no planalto antigo interior. O grande planalto angolano é de facto constituído por vários plateaus (Malange, Benguela, Huambo, Bié e Huíla), relativamente independentes cortados pelas bacias dos rios que correm para o rio Zaire a norte, para o Atlântico a oeste, para o Lago Etosha a sul, ou para o rio Zambeze a sudoeste.
O Deserto do Namibe
O deserto do Namibe, situado no quadrante sudoeste do território, é uma sub-região de características muito distintas, onde encontramos dunas móveis e maciços rochosos juncados de rocha devido à desagregação provocada pelas grandes amplitudes térmicas. O deserto, com uma altura média de cerca de 300 metros, alarga-se entre a costa atlântica e a Serra da Chela. Um viajante que atravesse o território em direcção perpendicular à costa (para leste, da costa para interior) encontra primeiro uma faixa estreita de planície costeira de terras baixas que não ultrapassam os 400 metros de altitude; continuando o trajecto, sobe depois em degraus para o interior à medida que encontra uma série de patamares esteritos de altitude entre 400 metros e 1.000 metros, que se seguem de degrau a degrau; prosseguindo a travessia do território, encontra depois uma cadeia de montanhas muito altas, que excedem com frequência os 2.000 metros; até que por fim vislumbra o grande planalto angolano sem fim, que perde altitude para os 2.000 metros e 1.500 metros, à medida que caminha para a fronteira nordeste. Junto à fronteira leste com a Zâmbia, no saliente do Cazombo, o viajante vai encontrar uma zona montanhosa de extensão irregular.
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